Pular para o conteúdo principal

Resenha | Eu e Você - Niccolo Ammaniti

Editora: Bertrand
Páginas: 160
Estrelas: ✬✬✬
Skoob
Publicado originalmente em 2010 com o título de Io e Te

Tímido, anti-social e neurótico, mas também sensível, meticuloso e perspicaz, Lorenzo tem dificuldade de se comunicar com o mundo. Para realizar seu sonho de viver isolado, sem conflitos e sem colegas irritantes, esconde-se no porão de casa durante a semana branca – sete dias de férias que os jovens têm direito na Itália. Assim, cria um mundo particular onde pode ouvir música, assistir a filmes no computador, ler e se sentir à vontade. Sua semana de sonhos está pronta para começar quando, de repente, chega uma visita inusitada: a rejeitada meia-irmã Olivia.


Esse é um livrinho curto e muito bem escrito. De autor italiano, Eu e Você conta a história de Lorenzo, um adolescente deslocado que tenta fugir do mundo por uma semana e tem seus planos destruídos pela visita surpresa de sua meia-irmã Olívia.

Eu li esse livro numa viagem curta, talvez em uma hora, uma hora e meia no máximo. Mas é um livro bastante recheado. Lorenzo, para mim, representa toda uma geração de problemáticos. Ele mente para seus pais que foi convidado pelos amigos para ir viajar na "semana branca" para esquiar nas montanhas e para cobrir sua mentira, vai se esconder no porão de casa durante essa semana. Munido de comida, livros, músicas e vídeo game, ele tenta se isolar.

A fase da vida dele que é retratada é aquela típica adolescente, de estranhamento com o próprio corpo e com o mundo ao redor. Dúvidas como onde pertenço e se pertenço em algum lugar. Ele vive meio à parte, reage com violência se contrariado. A construção do seu personagem é bem interessante.

Ele só não consegue realizar seus planos pela visita inesperada da meia irmã Olivia, que o encontra no porão e precisa de sua ajuda com alguns problemas. Com a introdução dela na história, um outro lado da adolescência é retratado, porém, não quero entrar em detalhes, pois parte da graça está em descobrir junto com a história.

O livro é escrito em primeira pessoa e foca mais na construção dos personagens do que em ação. Existe ação no livro, mas muito pouca. O interessante dele é a margem para interpretação que o autor nos deixa dos pensamentos e ações dos personagens. Ele não força diálogos para nos fazer entender o contexto, ele deixa para que descubramos ao longo da história ou deixa margem para interpretação.

Esse livro tem uma adaptação para o cinema, porém, eu não assisti ainda. 


Já leu? Pretende ler? Deixe sua opinião nos comentários!

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Oi Rafa!
    Também lembro de ter lido muito rápido (de um dia para o outro, se não me engano) e gostei muito da leitura. Principalmente porque o autor deixa os personagens nos contar a história e não mastiga tudo para o leitor (dando essa margem para interpretação como você disse).
    Também ainda não assisti o filme, mas pretendo.
    Beijos
    alemdacontracapa.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, ele confia no leitor para entender o que está acontecendo :D

      Beijos!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha | Primeiro ano - Scott Turow

Editora : Record Páginas : 220 Estrelas : ✬✬✬✬ Skoob Publicado em 1977. Ao narrar as angústias, as dificuldades, os desafios e os triunfos que marcaram seu primeiro ano na Faculdade de Direito de Harvard, Scott Turow denuncia problemas surpreendentes no sistema de educação jurídica de uma das mais antigas e conceituadas instituições de ensino dos Estados Unidos. Um relato dramático e um importante depoimento do autor.

Resenha | A Arte de ter Razão - Arthur Schopenhauer

Editora : Faro Editorial Páginas : 128 Estrelas : ✬✬✬ Skoob Publicado em 1831. A forma como nos comportamos socialmente não mudou muito desde Aristóteles. Partindo dos escritos do pensador grego, Schopenhauer desenvolve em sua Dialética Erística, 38 estratégias sobre a arte de vencer um oponente num debate não importando os meios. E, para isso, mostra os ardis da maior ferramenta que todos possuímos, a palavra. Usar argumentos e estratégias certas numa conversa é uma arma poderosa em qualquer momento. E tanto vale para quem quer reforçar um talento, evitar ciladas dialéticas, ou simplesmente estar bem preparado para negociações ou qualquer outra ocasião que exija argumentação... o que acontece em todos os momentos da vida. Essas estratégias não foram inventadas por Schopenhauer. Seu trabalho foi identifica-las, reuni-las de modo coerente, mostrando como são utilizadas, em quais momentos elas surgem em meio a uma discussão, de modo que você possa utilizar-se deste livro

Vi na Livraria | A Taberna - Émile Zola

Um livro depravado do século XIX.