Editora: Rocco
Páginas: 177
Estrelas: ✬✬✬✬
Skoob
Publicado originalmente em 2004 com o título de Los Comedores de Tiza
Páginas: 177
Estrelas: ✬✬✬✬
Skoob
Publicado originalmente em 2004 com o título de Los Comedores de Tiza
Os devoradores de giz traz a história de Ana, uma sobrevivente da década de 90 que ainda sofre os efeitos da explosão das drogas sintéticas, do uso abusivo de tranqüilizantes e de um estilo de vida solitário, o romance é contemporâneo na forma e no conteúdo. Deprimida e tentando achar seu lugar no mundo, Ana luta para se livrar das drogas. Para substituir o vício, ela retoma um hábito de infância nada convencional - comer giz. Mas apesar da estranheza da nova obsessão, a protagonista logo descobre pela Internet um grupo que partilha o mesmo prazer . A partir do contato com pessoas diferente e ainda tão semelhantes, ela consegue ver sua vida se transformar, dando início a uma saga pós-moderna numa sociedade desencantada e compulsiva. As paranóias modernas, as pequenas e grandes obsessões individuais, o sofrimento em silêncio, os excessos. A história de Ana é igual a de muitos dos seus companheiros de geração. Oscar Aibar se debruça justamente sobre as manias, por vezes exóticas, e as doenças fabricadas pela sociedade atual, com sagacidade e ironia.
Esse livro é bem diferente do que já li. Trata de um distúrbio alimentar, chamado Síndrome de Pica, que faz quem o tem, comer coisas não-comestíveis. A protagonista da história é uma devoradora de giz.
De início começamos a entender já as motivações da personagem e ver um reflexo do que é a sociedade hoje, solitária, esquisita e problemática. Ana é viciada em drogas e a maneira que ela encontra de tentar se livrar do vício é recorrendo ao giz.
Ela nos conta todo seu ritual antes de usar drogas, a comida que ela vai consumir depois, a iluminação no apartamento, o contato que ela tem com o traficante e a esperança de que seja a última vez. Logo depois disso, ela nos conta sobre o que aconteceu com a filha da amiga dela. Eu poderia contar pra vocês também, acontece logo no segundo capítulo, mas vou deixar para o livro contar. É uma desgraça, realmente.
Ana tenta achar ajuda para esse problema com o giz em grupos de distúrbios alimentares, porém não consegue. Cada um dos participantes desse grupo tem um problema diferente, mas quando Ana tenta contar o que a aflige, a repugnância é instantânea. Pessoalmente, eu acho que esse trecho reflete mais uma face da sociedade de hoje; cada uma daquelas histórias é esquisita da sua maneira e ao invés de entendimento, surge o preconceito, a repulsa.
Ao longo da história ela conhece algumas outras pessoas com o mesmo problema (ou problemas até mais esquisitos) e acaba encontrando um nicho de "problemáticos" que a acolhe. Como um cara que é obcecado por trens, outro que está a beira da insolvência por só comer coisas de marcas importadas, ou até, simplesmente uma amiga e seus relacionamentos falidos.
O que me chamou mais a atenção nesse livro foi justamente essa variedade de problemas e as reflexões que surgiram com cada história. São problemas mesmo? Ou são somente diferenças? Eu creio firmemente que todos nós temos algumas esquisitices que nos definem, alguns prazeres que não gostaríamos de contar para ninguém, isso nos faz doentes? Ou é somente uma expressão de uma personalidade diferente da maioria?
O livro é dividido em capítulos curtos, intercalados na perspectiva da Ana e do que parece ser um psicologo. Já de cara me fisgou pela peculiaridade da história. É um livro que te confronta com diferenças, por vezes, até chocantes.
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