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Resenha | Livre - Cheryl Strayed

Editora: Objetiva
Páginas: 376
Estrelas: ✬✬✬✬
Skoob
Publicado originalmente em 2012 com o título de Wild

Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, aos 26 anos, sem nada a perder, tomou a decisão mais impulsiva da vida: caminhar 1.770 quilômetros da Pacific Crest Trail (PCT) – trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, do deserto de Mojave, através da Califórnia e do Oregon, em direção ao estado de Washington – sem qualquer companhia. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. Em sua caminhada solitária, ela se deparou com ursos, cascavéis e pumas ferozes e sofreu todo tipo de privação. Em Livre, a autora conta como enfrentou, além da exaustão, do frio, do calor, da monotonia, da dor, da sede e da fome, outros fantasmas que a assombravam. “Todo processo de transformação pessoal depende de entrega e aceitação”, afirma. Seu relato captura a agonia, tanto física quanto mental, de sua incrível jornada; como a enlouqueceu e a assustou e como, principalmente, a fortaleceu. O livro traz uma história de sobrevivência e redenção: um retrato pungente do que a vida tem de pior e, acima de tudo, de melhor.

Livre é um romance de não-ficção em que a autora conta sua jornada pela Pacific Crest Trail numa tentativa de mudar a vida que estava levando, tentativa de se tornar uma pessoa melhor, sua fuga de um problema com drogas e outros fantasmas de seu passado. 
"No meu entendimento, o mundo não era um gráfico, uma fórmula ou uma equação. Era uma história."
Nem sei dizer os motivos que me levaram até esse livro, mas fico grata ao acaso por tê-lo lido. Não costumo ler esse tipo de livro porque, geralmente, é uma literatura bastante comercial, cheia de drama e se tivesse trilha sonora, seria daquelas de cortar os pulsos. Esse livro não foi assim.

Nessa jornada, muito além da caminhada fantástica que ela realizou, a autora encarou a tarefa de se abrir com o leitor de peito aberto. As emoções que a levaram até a caminhada, assim como as que a mantiveram caminhando, toda a superação física, emocional e psicológica que ela passou é real. A medida em que eu lia o livro, entendia as motivações da Cheryl e me identifiquei em partes.

Ela estava perdida e tentando encontrar uma solução. Admito que minha primeira tentativa não seria enfrentar uma caminhada quilométrica, porém, depois de ter lido sobre ela, fiquei até com vontade (mas já passou haha)
"Todo dia me sentia como se estivesse no fundo de um poço olhando para cima. Mas foi a partir daquele poço que comecei a me tornar uma aventureira solitária. E por que não? Já fui tantas coisas. Uma esposa apaixonada e adúltera. Uma filha querida que agora passava férias sozinha. Uma pessoa ambiciosa que está sempre se superando, uma aspirante a escritora que pulava de um emprego insignificante para outro enquanto flertava perigosamente com drogas e dormia com homens demais."
A história é contada em duas linhas do tempo, ambas no passado. Os três meses de caminhada se intercalam com histórias que a levaram até lá, como o câncer de sua mãe, seu casamento falido, suas relações familiares e seu problema com drogas. Em nenhum momento há confusão entre os tempos, a transição entre um e outro foi muito bem feita, sempre sendo pertinente para a caminhada a lembrança de alguma história anterior a ela.

Eu recomendo o livro. É uma história de recuperação bastante emocional, talvez seja daquele tipo de livro que você tenha que ter algum tipo de identificação com a história da autora para gostar. Então, se ele te atraiu de alguma forma, é recomendadíssimo! Advertência: é possível que, posteriormente a leitura, você experimente forte vontade de se aventurar em algo parecido com o Pacific Crest Trail!

E você? Já leu? Deixe sua opinião nos comentários!

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