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Resenha | Léxico - Max Barry

Editora: Intrínseca
Páginas: 368
Estrelas: ✬✬✬✬✬ ♥
Publicado em 2013.


Uma organização treina jovens talentosos para controlar a mente e o comportamento das pessoas usando combinações específicas de palavras. Os iniciados deixam suas verdadeiras identidades para trás e passam a usar nomes de poetas.
Identificada como um prodígio na arte da persuasão, Emily Ruff, que ganha a vida com truques de cartas nas ruas de São Francisco, é enviada para o treinamento em uma escola da organização e começa a aprender a técnica letal. Quando os líderes da instituição descobrem que ela está se envolvendo com outro aluno, Emily recebe uma missão aterrorizante.
Wil Parke, carpinteiro, sofre de amnésia. Um dia ele já soube o significado da palavrárida, um artefato com o poder de colocar o planeta em risco. No entanto, não lembra mais. Wil é sequestrado por dois agentes brutais, que acabaram de matar sua namorada, desesperados para impedir que um membro da organização, de codinome Virginia Woolf, cause uma grande destruição.
Em seu novo livro, Max Barry constrói uma trama sombria na qual as palavras são como armas e os tipos mais vis usam como pseudônimos grandes nomes da literatura.

Desde que eu descobri da existência deste livro, fiquei curiosa. Quando lançaram no Brasil, apostei minhas fichinhas e comprei logo após o lançamento. E não me arrependo, que livro maravilhoso.

Trata-se de uma distopia contada em duas perspectivas. Will, que já nas cenas iniciais está apagado com dois homens querendo enfiar uma agulha no seu olho - mas que tirando isso é um cara normal. E Emily, uma menina que vive nas ruas, enganando pessoas para ganhar dinheiro.

A princípio, o que ambos tem em comum é uma escola que - nossa, isso é difícil de pôr em palavras - ensina como usar as palavras para dominar a mente das pessoas. É como se cada pessoa tivesse uma combinação de palavras, baseada na sua personalidade, que se ditas, permitem que outra pessoa acesse sua mente.

Emily está indo para essa escola e Will, sendo protegido pelos seus membros. De início, o livro é uma bagunça de histórias que não se conectam, mas a medida que o livro avança, tudo se encaixa.

Eu gostei tanto deste livro que até o caos inicial me fisgou. Mas seu maior mérito é fazer o leitor acreditar que esse mundo é possível. Ao terminar a leitura, eu estava absolutamente convencida de que esse código de palavras, quase um mantra, existe e que cada pessoa tem o seu.

Ah, e quando você se forma desta escola, você troca de nome. Então, temos personagens com nome de poetas famosos e não tão famosos, de acordo com a sua capacidade de persuadir as pessoas. Pra mim, isso deu um gostinho especial ao livro e o autor soube explorar esse detalhe muito bem.

Ainda, o finale do livro é ótimo. Existe uma palavra lendária que é capaz de destruir uma cidade inteira, o livro vai se construindo a partir disso. E o jeito que o autor culmina as histórias dos personagens e a história da palavra lendária é ótimo.

Basicamente, eu quero muito que todo mundo leia este livro e perceba por si mesmo o quanto ele é ótimo. Eu ainda não vi muitas pessoas falando sobre este livro, mas espero que isso mude em breve. Ah, e acho que deu pra notar minha empolgação pela bagunça desta resenha, não?

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