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Resenha | As Sombras de Longbourn - Jo Baker

Editora: Companhia das Letras
Páginas: 456
Estrelas: ✬✬✬

Admiradora de Jane Austen, a romancista Jo Baker perguntava-se quem seriam aquelas presenças pontuais e quase inumanas que serviam à mesa ou entregavam um recado para os personagens de Orgulho e preconceito, um dos romances mais recontados em versões literárias desde a sua publicação, há duzentos anos. Por trás de cada descrição da toalete das irmãs Bennet havia certamente o trabalho de uma criada, e cada refeição servida implicava uma cozinheira, um mordomo para servi-la. Qual seria a história não contada desses personagens? “As Sombras de Longbourn” é o romance dessas figuras invisíveis. Sob o comando da governanta e cozinheira sra. Hill, trabalham Sarah e Polly, duas jovens trazidas de um orfanato quando ainda eram crianças para trabalhar na casa. O mordomo idoso, sr. Hill, serve à mesa e divide a administração da casa com a sra. Hill. Os quatro formam um pequeno exército de empregados que labuta dezoito horas por dia para que a família Bennet goze do máximo conforto possível. A chegada de James Smith, um jovem lacaio recém-contratado, irá movimentar o andar de baixo da casa, revelando antigas tensões entre empregados e patrões.


A ideia de contar a história dos criados de Longbourn é ótima e foi isso que me atraiu para o livro. Entretanto, a história em si foi decepcionante, e, além disso, achei meio publicidade enganosa dizer que esse era um reconto da história de Orgulho e Preconceito através da visão dos criados.

Na verdade, Orgulho e Preconceito é só pano de fundo para a história dos criados. Sarah, criada dos Bennet, que é a protagonista da primeira parte do romance, é invejosa o que torna difícil simpatizar com seus problemas. Ainda, suas atitudes, que poderiam ser interpretadas como inocência, me pareceram estupidez e não engano por ingenuidade.

O mocinho do livro carrega um mistério que se revela pela metade do livro, entretanto, parece que a autora incluiu essa virada só para dar pano para manga, ela não construiu o mistério ao longo do livro, simplesmente largou para que lidemos com isso.

Isto dito, ela apresenta um tanto de diversidade ao livro, também perto do final, razão pela qual não vou me estender sobre o assunto. Ah, e como consequência do mistério, ela acaba dando mais destaque a um personagem um pouco sem brilho no original, apesar de ser um personagem muito querido.

Mary, que quase não aparece no original, também ganha mais destaque neste livro. A autora explora aquele ângulo envolvendo o Mr. Collins.

Foi uma leitura um pouco arrastada, devagar, demorei vários dias para terminar (e vocês sabem que eu leio rápido). Acho que a principal razão para eu não gostar muito do livro é a personagem principal e sua inveja. Eu diria que, se alguém se interessou pela história, leia. Se o livro já não chamou atenção, deixe passar.


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