Editora: Intrínseca
Páginas: 304
Estrelas: ✬✬✬✬
Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.
Eu admiro muito o John Green como pessoa, acompanho quase todos os canais que ele e o Hank patrocinam/financiam. Gostei muito de A Culpa é das Estrelas e de Quem é você, Alasca?, já Cidades de Papel foi decepcionante.
Minhas expectativas para O Teorema Katherine estavam lá embaixo, já li muita gente afirmando que esse era o pior livro dele. Poréééém, eu gostei bastante! Esse deve ser o segredo para fazer boas leituras, não esperar nada do livro.
A trama em si não me chama muito a atenção, um cara viciado em Katherines (e não Catherine, não Catarina, só Katherines, com K e Th) não me parece um personagem que eu possa me identificar. Só que é plenamente possível se identificar com a personalidade dele à parte dessa obsessão.
Colin "foi diagnosticado" como prodígio, começou a falar quando ainda era um bebê de colo, era o melhor da sala, nerd e super inteligente, brinca com anagramas, sabe coisas bem obscuras sobre praticamente tudo. E por causa desse "diagnóstico", ele leva uma vida frustrada, afinal, ele já tem 17 anos e não realizou nada na vida. Ele sabe, afinal ele é um nerd, que prodígios geralmente atingem o seu pico nessa idade e cita exemplos de grandes personalidades e seus feitos com essa idade.
Sinceramente, eu me identifico com essa frustração com a vida, com esse achar que é possível fazer mais e não ter certeza realmente de que está preenchendo todo seu potencial. Eu não sou um prodígio, mas expectativas frustradas, principalmente as próprias, é uma realidade constante.
Quando a 19ª Katherine termina o relacionamento, ele e seu melhor amigo vão numa roadtrip sem destino certo e acabam passando o verão realizando um trabalho de entrevistas numa pequena cidadezinha americana. Lá, tanto Colin, quanto o amigo, vão explorar seus medos e expectativas.
Então, sim, eu discordo de quem disse que esse é o pior livro do John Green, pra mim esse título vai para Cidades de Papel. E aí que vem a beleza de ler livros, ninguém nunca lê o mesmo livro, tudo que lemos atravessa o filtro da nossa percepção, que é constituído pelas nossas experiências passadas e presentes. Então, pra mim, esse livro foi uma ótima reflexão sobre os meus próprios medos, para outra pessoa, pode ser que ele seja só a história chata de um garoto obcecado por Katherines. Fascinante, não?
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