Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
Estrelas: ✬✬✬✬
Skoob | Goodreads
Esse é um romance de não-ficção, escrito pela jornalista Katherine Boo, sobre os anos em que ela morou em Annawadi, em Mumbai na Índia. Annawadi é uma espécie de favela ao lado do aeroporto de Mumbai, onde várias pessoas buscam a sobrevivência como podem.
O pano de fundo é a história de Abdul e sua família, que foram acusados de colocar fogo em Perna Só, outra moradora da vila e sua vizinha. Abdul mantém sua família através de seu negócio como catador de lixo, separando-o para reciclagem. Com esse negócio ele consegue dar um padrão de vida para sua família que em muito supera a média dos outros moradores, inclusive, eles sonham em comprar um terreno afastado dali e recomeçarem a vida de maneira mais digna.
Perna Só, ou Sita, é uma moradora de Annawadi também. Ela tem uma deformidade na perna, o que trouxe inúmeras consequências para a sua vida, como dificultando um casamento futuro. Ela acaba se casando com um bêbado, porém, fica amargurada com a vida e inveja a família de Abdul. Talvez por isso que ela tenha colocado fogo em si mesma e acusado os vizinhos.
Esse é o pano de fundo básico da história, porém, conhecemos ao longo da história alguns outros moradores da favela. Como Asha, que é uma espécie de política da região, que tenta subir na vida através da corrupção, desviando verbas que deveriam ir para a educação. Sua filha, Manju, que ao contrário da mãe, acredita em um mundo melhor, tenta ser uma mulher seguidora das regras da religião e ensina as crianças vizinhas. Ou Sunil, menino órfão que tem que cuidar de sua irmã e flerta entre seguir sendo catador ou se tornar ladrão.
Essas histórias são verídicas e apuradas pela autora desde 2008, através de documentos indianos e depoimentos dos moradores. Seu relato, além da história chocante, vão além. Eles retratam a politicagem, a corrupção, a religião e costumes.
Ao longo do livro, até eu perdi a esperança de um final feliz para aqueles personagens, aquelas pessoas. Alguns desistem da luta e eu, através da leitura, fiquei numa apatia sinistra. Ao mesmo tempo em que os personagens pareciam deixar de se importar, eu também me senti assim. São situações tão diferentes da realidade que eu convivo, que não puderam passar batidas, deixaram marcas.
Além de uma história muito emocionante, esse livro tem um valor cultural excepcional. É um retrato daquela sociedade. É um convite para pensarmos nos limites capitalistas, em preconceitos e na eterna luta por justiça social e inclusão.
Páginas: 288
Estrelas: ✬✬✬✬
Skoob | Goodreads
Publicado originalmente em 2012 com o título de Behind the Beautiful Forevers: Life, Death, and Hope in a Mumbai Undercity
Compre na Amazon: Em Busca de um Final Feliz: Quando a existência é definida pelo sonho de pessoas reais, a esperança surge
Em Busca de um Final Feliz, de Katherine Boo, é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia. A história de seus habitantes nos faz rir e chorar, porque “o que é celebrado neste livro não é o que poderíamos chamar toscamente de ‘o encanto da lama’, mas a riqueza das pessoas que — para o bem e para o mal — compõem um tronco social que está cada vez mais presente no nosso mundo moderno”. (Zeca Camargo, em prefácio a esta edição).O leitor vai se apaixonar por Sunil Sharma, o menino catador de lixo que quer ficar rico, por Manju, a moça mais bonita da favela, que quer ser professora, e até pela tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção.
Esse é um romance de não-ficção, escrito pela jornalista Katherine Boo, sobre os anos em que ela morou em Annawadi, em Mumbai na Índia. Annawadi é uma espécie de favela ao lado do aeroporto de Mumbai, onde várias pessoas buscam a sobrevivência como podem.
O pano de fundo é a história de Abdul e sua família, que foram acusados de colocar fogo em Perna Só, outra moradora da vila e sua vizinha. Abdul mantém sua família através de seu negócio como catador de lixo, separando-o para reciclagem. Com esse negócio ele consegue dar um padrão de vida para sua família que em muito supera a média dos outros moradores, inclusive, eles sonham em comprar um terreno afastado dali e recomeçarem a vida de maneira mais digna.
Perna Só, ou Sita, é uma moradora de Annawadi também. Ela tem uma deformidade na perna, o que trouxe inúmeras consequências para a sua vida, como dificultando um casamento futuro. Ela acaba se casando com um bêbado, porém, fica amargurada com a vida e inveja a família de Abdul. Talvez por isso que ela tenha colocado fogo em si mesma e acusado os vizinhos.
Esse é o pano de fundo básico da história, porém, conhecemos ao longo da história alguns outros moradores da favela. Como Asha, que é uma espécie de política da região, que tenta subir na vida através da corrupção, desviando verbas que deveriam ir para a educação. Sua filha, Manju, que ao contrário da mãe, acredita em um mundo melhor, tenta ser uma mulher seguidora das regras da religião e ensina as crianças vizinhas. Ou Sunil, menino órfão que tem que cuidar de sua irmã e flerta entre seguir sendo catador ou se tornar ladrão.
Essas histórias são verídicas e apuradas pela autora desde 2008, através de documentos indianos e depoimentos dos moradores. Seu relato, além da história chocante, vão além. Eles retratam a politicagem, a corrupção, a religião e costumes.
"Pulmões doentes eram um preço que você tinha que pagar para morar perto do progresso."
Ao longo do livro, até eu perdi a esperança de um final feliz para aqueles personagens, aquelas pessoas. Alguns desistem da luta e eu, através da leitura, fiquei numa apatia sinistra. Ao mesmo tempo em que os personagens pareciam deixar de se importar, eu também me senti assim. São situações tão diferentes da realidade que eu convivo, que não puderam passar batidas, deixaram marcas.
"O sistema de justiça criminal da Índia era um mercado, assim como o do lixo, Abdul entendia isso agora. A inocência e a culpa poderiam ser compradas e vendidas como um quilo de sacolas plásticas."
Além de uma história muito emocionante, esse livro tem um valor cultural excepcional. É um retrato daquela sociedade. É um convite para pensarmos nos limites capitalistas, em preconceitos e na eterna luta por justiça social e inclusão.
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Nossa! Que forte! Esse livro parece mesmo com o livro que eu falei em outro post, mas com histórias muito diferentes. Deu vontade de chorar lendo a resenha, assim como chorei lendo essa outro tal livro. Livros que tem realidade envolvida é de marcar mesmo, não da pra passar batido com certeza.
ResponderExcluirhttp://gabryelfellipeealgo.blogspot.com.br/
Verdade, se uma ficção já nos deixa de coração na mão, imagina quando é real!
ExcluirBjs