Páginas: 80
Estrelas: ✬✬✬✬
Publicado em 2012.
Façam boa arte. Esse foi um pedido sincero de ninguém menos que Neil Gaiman quando discursou para a turma de 2012 da University of the Arts na Filadélfia. Um discurso autêntico e repleto de significado – durante os 19 minutos em que falou, dois dos mais emblemáticos conselhos de Gaiman foram “criem suas próprias regras” e “cometam erros”. Os conceitos libertadores defendidos para os alunos deram origem ao livro.
Gaiman teve a colaboração crucial do renomado designer gráfico Chip Kidd. A dupla abusa dos recursos gráficos e da metalinguagem para expressar o poder da criatividade. Gaiman alega que em qualquer área artística e de criação mesmo os erros que cometemos têm um grande potencial: com sensibilidade e muito trabalho, podem se transformar em brilhantes insights. Em relato pessoal, ele explica que certa vez, escrevendo Caroline em uma carta, inverteu de lugar o A e o O, e logo percebeu que Coraline parecia um nome de verdade. Um erro banal que, nas mãos do autor, tornou-se um fantástico acerto. Coraline é o título de um conto de fadas às avessas, publicado por Gaiman em 2002 e, mais tarde, adaptado para os cinemas. Uma história que conquistou milhares de novos admiradores para o trabalho do já aclamado autor.
Devo ser o último ser vivente a ler este discurso. Antes tarde do que nunca, o li. É um texto direto e rápido de ser lido. O autor leu este discurso em uma cerimônia de formatura de uma escola de artes.
O discurso é dirigido aos freelancers, artistas e quem trabalha com criatividade, entretanto, a mensagem que ele passa extrapola estes limites. De uma maneira bem singela, ele lista conselhos a quem está começando, contando sua trajetória de maneira breve.
O trabalho gráfico é fantástico, cada página numa formatação, com cores vibrantes. Nada mais justo, dado que era uma faculdade de artes, não?
Vale a pena a leitura, e vale a pena ter em casa para reler naqueles dias, que temos por vezes, nos quais não sabemos bem o que estamos fazendo com a nossa vida, precisamos de uma forcinha, o que este livrinho entrega.
"O momento em que, hipoteticamente, você sente que está andando nu pela rua, expondo demais o coração, a alma e tudo o que existe lá dentro, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que, talvez, você esteja começando a acertar."
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