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Resenha | A Arte de ter Razão - Arthur Schopenhauer

Editora: Faro Editorial
Páginas: 128
Estrelas: ✬✬✬
Publicado em 1831.


A forma como nos comportamos socialmente não mudou muito desde Aristóteles. Partindo dos escritos do pensador grego, Schopenhauer desenvolve em sua Dialética Erística, 38 estratégias sobre a arte de vencer um oponente num debate não importando os meios. E, para isso, mostra os ardis da maior ferramenta que todos possuímos, a palavra. Usar argumentos e estratégias certas numa conversa é uma arma poderosa em qualquer momento. E tanto vale para quem quer reforçar um talento, evitar ciladas dialéticas, ou simplesmente estar bem preparado para negociações ou qualquer outra ocasião que exija argumentação... o que acontece em todos os momentos da vida. Essas estratégias não foram inventadas por Schopenhauer. Seu trabalho foi identifica-las, reuni-las de modo coerente, mostrando como são utilizadas, em quais momentos elas surgem em meio a uma discussão, de modo que você possa utilizar-se deste livro até mesmo para desmascarar o uso das estratégias. Em discussões, o objetivo de todos é persuadir. No entanto, o melhor resultado é obtido pela pessoa mais hábil em manter a sua posição. Esta obra cataloga os truques utilizados por profissionais de todas as áreas. Pode ser que você esteja com a razão, mas, uma vez que você entre num debate, estar certo não é o suficiente. Você precisa conhecer os movimentos dessa arte para ter força no jogo. Este livro ensinará tudo o que você precisa saber.

Esse é um daqueles pequenos livros que deveriam ser lidos por todo mundo. É um compêndio de estratégias de lógica e argumentação que podem ser usados em um discurso.

Ele tem outros nomes, como 'Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão' ou, como nesta edição, '38 estratégias para vencer qualquer debate'. E ele é exatamente isto, uma listagem de estratégias exemplificadas que são ou podem ser utilizadas num debate, seja acadêmico, seja na mesa de bar.

Acredito que existam duas maneiras de se ler este livro. Como um guia e utilizar-se dessas técnicas, até ouso dizer que a maioria das pessoas o lêem com este propósito. Ou, a meu ver num sentido mais justo, seria lê-lo como um guia para identificar essas estratégias e não cair nelas.

Na leitura, percebemos que os discursos proferidos hoje utilizam-se dessas estratégias. Seja num texto jornalístico, num discurso político ou mesmo em sala de aula. Como vocês sabem, eu estudo Direito e, bom, vamos só dizer que entro em contato regularmente com este tipo de argumentação.

Nesse sentido, de ter duas maneiras de lê-lo, encontra-se também O Príncipe, do Maquiavel (outro livro muito lido no meu curso). Existem pessoas que acreditam que ele é um guia para governantes, entretanto, existem pessoas que afirmam que ele foi escrito pensando em expor as estratégias e vencê-las.

Qualquer seja a maneira que você o leia, vale a pena, desde que o leia. É bem interessante perceber essas estratégias utilizadas até mesmo por nós, consciente ou inconscientemente. É um livro que eu vou querer reler periodicamente, porque sempre haverá uma coisa diferente para perceber na leitura.


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