Editora: Rocco
Páginas: 158
Estrelas: ✬✬✬✬✬
Skoob
Publicado originalmente em 2001 com o título de Comment je suis devenu stupide
Páginas: 158
Estrelas: ✬✬✬✬✬
Skoob
Publicado originalmente em 2001 com o título de Comment je suis devenu stupide
A ignorância é um dom para Antoine, personagem principal da sátira de Martin Page, "Como Me Tornei Estúpido". Caso extremo e bem-humorado de rebeldia contra uma sociedade que exige a estupidez como passaporte e oferece a massificação como recompensa, o livro do jovem autor francês chega às livrarias dia 14 de março e antecipa os lançamentos da editora Rocco para a XII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.
Decidido a parar de sofrer por causa de uma consciência que o impede de aceitar as injustiças do mundo, Antoine tenta sem sucesso virar alcoólatra, suicidar-se e até fazer uma cirurgia para retirar uma parte do cérebro. As tentativas frustradas do jovem protagonista são descritas com fina ironia e imagens nonsenses que beiram o surrealismo. Mas a redenção de Antoine vem com o emprego numa corretora de ações de um ex-colega de escola, que junto com o Felizac, antidepressivo receitado pelo seu médico boa-praça, são o antídoto perfeito contra a inteligência e a consciência crítica do rapaz.
Esse foi um dos melhores livros que li no ano passado e estou achando dificultoso falar sobre ele. Conheci essa pequena maravilha enquanto navegava pelas páginas de uma promoção, achei o título fantástico, li a sinopse e acabei comprando. Bendita hora!
Eu estou achando difícil escrever sobre ele porque a história é bastante simples e está contida, basicamente na sinopse. Antoine é formado em alguma língua - que já não me lembro mais qual - praticamente extinta. Se interessa por coisas que ninguém mais se interessa e, por isso, sofre sem ter companhia.
Ele é inteligente e acredita que a estupidez traz felicidade. Ele quer ser uma pessoa comum, simples, feliz. Por isso, ele tenta virar alcóolatra, tenta se suicidar ou ainda, se submeter a cirurgias que o tornem estúpido.
É claro que beira o non-sense, mas a ideia por traz dessas páginas é fenomenal. A crítica é feroz em cima tanto de "pessoas cultas", quanto aos adeptos de uma vida mais simples.
Indo direto ao ponto, quem nunca parou para pensar nas conversas estúpidas que todos nós temos no dia-a-dia, sobre novela, roupas, celebridades, vida do vizinho, etc? São assuntos "menores", que vêm ao nosso encontro diariamente e que não trazem um real conteúdo relevante para nossa vida.
Isso dito, tenho que concordar com o Antoine. Acredito que pessoas mais focadas nesse tipo de assunto, tendem a ser mais felizes na sua ignorância. Por que pensar em grandes questões humanas e sociais? Concordam comigo que, na sua maioria, são discussões que te deixam para baixo? Desacreditados num futuro melhor?
É claro, essas conversas "menores", sobre assuntos triviais e com prazo de validade também tem a função de trazer sanidade. Não é só de grandes discussões que se vive. Mas a crítica é válida. E eu amei esse livro.
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